Os ratos são mamíferos roedores
Ao que parece, a ordem dos roedores surgiu há cerca de 54 milhões de anos na Ásia e também na região norte do continente americano. Eles pertencem à família Muridae com mais de 60 espécies espalhadas em praticamente todos os ambientes habitáveis por humanos. Interessante notar que algumas espécies de ratos – especificamente três: ratazanas, ratos pretos e camundongos – se adaptaram bem ao convívio humano dentro das cidades, mesmo que nós, humanos, tenhamos uma aversão e um pavor, muitas vezes terrorífico, com relação a esses roedores bigodudos. Ou seja, certamente a convivência entre ratos e humanos não é harmoniosa.
Desde o aparecimento das cidades, há cerca de 10.000 anos, os seres humanos têm convivido mais intensamente com os ratos. Pode-se afirmar que o mundo urbano proporciona excelentes condições de vida e sobrevivência para esses incômodos roedores. Não por acaso, a população de ratos nos centros urbanos está sempre na lista de preocupações dos prefeitos e agentes públicos da saúde. Olhando para o mundo, as espécies urbanas mais numerosas são as já citadas: ratazana, o rato preto e o camundongo.
A ratazana, também conhecida por rato-castanho ou rato-marrom, cujo nome científico é Rattus norvegicus, é originária da região que compreende a Mongólia e o norte da China. O nome científico qualificador do gênero “Rattus” é “norvegicus”; esse termo está relacionado à palavra inglesa “norwegian”. Assim, uma possível tradução para os ratos dessa espécie seria “rato norueguês”. A ratazana é a maior espécie do gênero Rattus, podendo medir em média 20 centímetros sem contar a cauda; sua cauda também pode chegar a 25 centímetros. Comumente, esse rato pesa entre 300 gramas e 500 2 gramas, mas já foram encontrados exemplares com cerca de 1.000 quilos em áreas urbanas.
As ratazanas possuem hábitos noturnos e são excelentes nadadoras. Nas cidades são mais comumente encontradas nos sistemas de esgoto e nas áreas fluviais. A relação comum entre ratos e sujeira é constantemente reforçada quando alguém vê ratazanas nos esgotos ou em regiões cercadas de sujeira.
O rato preto, também conhecido como rato de telhado, rato de navio, rato de casa, guabiru, cujo nome científico é Rattus rattus, possui sua origem na Índia e na região sudeste da Ásia. Essa espécie de rato é onívora, ou seja, ela se alimenta de matéria vegetal e animal. O rato preto pode chegar a medir 18 centímetros sem incluir a cauda a qual pode chegar a 22 centímetros. Menor do que a ratazana, esse roedor dificilmente passa das 240 gramas.
Os ratos pretos costumas ser um tormento para os agricultores pois eles são capazes de destruir, e mesmo contaminar, vastas regiões agrícolas, causando prejuízos significativos. Também, o rato preto ficou fortemente associado à Peste Negra, uma das maiores pandemias da história da humanidade, ocorrida no século XIV. Essa peste ceifou dezenas de milhões de vidas na Europa e na Ásia.
O camundongo, também conhecido como rato-doméstico, calungo, calunga, catito, cujo nome científico é Mus musculus, é provavelmente a espécie que possui a maior adaptabilidade com relação à diferentes ambientes. As subespécies associadas ao camundongo se originaram principalmente da Ásia, mas há também camundongos vindos de praticamente todo o globo terrestre. Interessante ressaltar que o “rato de laboratório” é uma espécie de camundongo o qual tem servido como significativo instrumento para várias pesquisas importantes na Biologia, Medicina e Psicologia, principalmente.
Com relação às três espécies mais comumente encontradas nas cidades, o camundongo é a menor. Ele pode alcançar 10 centímetros sem a cauda que também pode chegar a 10 centímetros; desse modo, não é incomum ver ratinhos domésticos de 20 centímetros passeando pela casa.
Biólogos, dedetizadores e profissionais ligados ao controle de pragas sabem que os camundongos possuem hábitos noturnos e detestam luz nos seus olhos. Esses roedores passam metade do dia dormindo e preferem se abrigar próximos às fontes de comida. Sabe-se que quanto mais farta a alimentação, maiores serão os ninhos de rato. Em boas condições, as ratazanas fêmeas, por exemplo, podem parir cerca 200 filhotes por ano, o que demonstra um curto período de gestação e de recuperação. Todavia, quando se percebe a escassez de alimentos, os ratos de uma maneira geral são capazes de cometer canibalismo, inclusive com as mães devorando os ratinhos recém nascidos.
Os ratos são considerados pragas urbanas, principalmente as três espécies citadas acima, por dois fatores principais: há um certo consenso de que há uma superpopulação de ratos vivendo sob as ruas da maioria das grandes cidades do mundo e os ratos podem transmitir muitas doenças, algumas delas mortais ou que impõem enormes sofrimentos.
Estima-se que há cerca de 7 bilhões de ratos vivendo no globo terrestre. No dia 10/09/2017, o “Worldometers” 1 registrou que havia cerca de 7 bilhões e meio de pessoas no mundo. Dessa maneira, não é implausível supor que há cerca de um rato para cada habitante do planeta Terra, o que nos alerta para o potencial risco de doenças que podem ser transmitidas maciçamente por esses roedores, principalmente em casos de tragédias naturais como enchentes e terremotos.
No Brasil, a principal preocupação do Ministério da Saúde com relação aos ratos é a transmissão da leptospirose. Essa doença bacteriana é transmitida pela Leptospira, encontrada na urina de ratos e outros animais. Os principais sintomas da leptospirose são a dor de cabeça, febre alta, dor muscular e abdominal, mal estar geral com náuseas e vômitos. A forma ictérica da doença deixa a pele e os olhos amarelados e é a forma mais letal de leptospirose.
Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2016 houve 234 casos de óbitos causados pela leptospirose; em 2006 esse número chegou a 416 casos de morte. Ainda em 2016, o Centro-Oeste registrou 8 casos de óbitos, sendo que dois casos ocorreram no Distrito Federal, DF. O pior ano para o DF foi em 2015 com 6 casos de morte registrados. Vale ressaltar que no ano de 2000, em Pernambuco, 110 pessoas morreram por conta da leptospirose; também, em 2011, São Paulo teve 111 óbitos.
É razoável supor que as péssimas condições de saneamento, juntamente com as chuvas que causam enchentes que estamos acostumados a ver pela tevê, favorecem o contato dos humanos com água infectada pela urina contaminada das ratazanas e de outros roedores. Assim, a falta de saneamento adequado mais a ocorrência de eventos naturais proporcionam o encontro direto entre humanos e a bactéria Leptospira, causando sofrimento para familiares e sobrecarregando hospitais e centros de saúde públicos que, muitas vezes, possuem uma estrutura precária.
A NIPON DEDETIZADORA alerta que é preciso ficar atento para alguns sinais que indicam a infestação de ratos:
- Ratos costumam ser animais noturnos. Se você vê constantemente ratos na sua casa durante o dia, então isso é um forte indício de que há uma considerável população de ratos vivendo próximo a sua moradia;
- A presença de ninhos no chão, no sótão ou mesmo em árvores também indicam infestação de ratos;
- Escutar constantemente os sons típicos da ratada também aponta para a hipótese de infestação de ratos;
- Sinais comuns da presença de ratos, como plásticos e madeiras roídos por pequenos dentes afiados – esses roedores precisam “esculpir” constantemente os dentes – e fezes espalhadas pela casa, também são fortes indícios de que você está morando com um hóspede bastante inconveniente.
O controle dos ratos e roedores de uma forma geral se estrutura em cima de três fatores: eliminação da(s) fonte(s) de alimento(s), corte do acesso à água e impedimento do acesso a abrigos.
Por fim, é necessário adequar os métodos de controle com relação ao tipo de moradia: casa, apartamento, casa de madeira, casa de cimento, moradia no perímetro urbano, moradia no perímetro rural etc.