Há cerca de 2500 espécies de cupins no mundo, mas esse número pode chegar a 3000. A sua medida pode variar de 3 milímetros para 2,5 centímetros. Semelhante às formigas, uma colônia de cupins, o famoso cupinzeiro, possui uma rainha que pode chegar a ter 10 centímetros. No cupinzeiro, podemos observar que há uma divisão de tarefas que acarreta funções diferenciadas para os cupins.
Assim, há pelo menos três funções facilmente perceptíveis: o cupim operário, o cupim soldado e os cupins alados, que possuem um aparelho reprodutivo desenvolvido. Importante notar que as diferenças funcionais também podem ser percebidas pelas diferenças anatômicas, já que o cupim operário, o soldado o alado e a rainha são anatomicamente diferentes.
Os cupins operários são responsáveis pela busca e estocagem de alimentos e pela manutenção do ninho. Os operários são um alvo facilmente visível nas residências pois eles realizam a busca e a digestão da celulose dos alimentos. Assim, quando se pensa em praga urbana relacionada à cupins, muitas pessoas recorrem à imagem dos operários.
Os cupins soldados possuem uma anatomia e um comportamento moldados para defender a colônia. Assim, em muitas espécies, a cabeça desse cupim é grande pois precisa suportar uma grande e poderosa mandíbula, utilizada justamente para a defesa do cupinzeiro. Ao que parece, por conta do tamanho descomunal de suas mandíbulas, os soldados não conseguem se alimentar devidamente, necessitando dos cupins operários para a devida alimentação.
Os cupins alados são uma casta que, digamos assim, pertencem à nobreza, dentro da colônia. Há cupins machos alados e cupins fêmeas aladas cujos objetivos são praticamente dois: tornarem-se rainhas e reis e iniciarem novas colônias. Observando apenas a estrutura organizacional de uma colônia e desconsiderando eventuais fatores externos – como a ação humana – pode-se pensar que o tempo de vida de um cupinzeiro pode ser eterno.
No Brasil, as principais espécies de cupim combatidas pela dedetização são: o cupim subterrâneo, o cupim de madeira e o cupim de montículo.
O cupim subterrâneo também é conhecido por “cupim de solo” e “cupim de parede”. Ele provém do sudeste asiático e chegou ao Brasil por volta de 1923. Apesar do nome, os cupins subterrâneos não constroem o seu ninho apenas no solo, eles podem, por exemplo, se abrigar nos vãos de paredes ou mesmo em lajes. Outra característica importante é a seguinte: uma vez estabelecido o ninho, esses cupins se locomovem por meio de galerias ou túneis na busca de alimentos. Esses túneis subterrâneos podem destruir tanto a estrutura de uma casa quando a de uma construção de maior porte, como um prédio.
Assim, o cupim subterrâneo pode ser considerado uma das maiores pragas atuais. O prejuízo causado por esse inseto chega à alguns bilhões de dólares a redor do mundo. Podemos falar de duas formas de controle dessa praga: uma é a preventiva, como a utilização de madeiras inatacáveis por cupins e evitar a exposição de materiais com celulose; a outra é utilizar produtos químicos ao redor da residência, conhecido como barreira química. Num passado recente, há cerca de uma década atrás, essa última técnica trazia o risco de contaminação do solo e mesmo de envenenamento de pessoas e animais de estimação.
Atualmente, esse risco foi bastante minimizado pelo uso de uma molécula desenvolvida pela Bayer, a qual praticamente eliminou os riscos de dano ao meio ambiente. Todavia, ainda há o perigo, mesmo que mínimo, com relação aos seres humanos e animais. Por isso, mesmo essa técnica deve ser manuseada por um dedetizador experiente a fim de evitar acidentes graves.
O cupim de madeira possui uma característica impressionante: ele é capaz de viver dentro de uma estrutura de madeira sem necessitar de uma fonte de água; assim, seu ciclo de vida pode ser completado sem uma fonte de água externa. O ninho do cupim de madeira pode durar cerca de uma década e numa mesma estrutura podem conviver mais de um ninho dessa espécie. Tirando a classe reprodutora, todas as outras são constituídas de indivíduos cegos. Os cupins soldados possuem a cabeça escura, são lentos mas possuem mandíbulas fortes.
O cupim de madeira ataca qualquer objeto feito de madeira palatável para essa espécie. Assim, qualquer parte de uma construção que utilize a madeira pode ser atacada por essa praga urbana. A constatação do dano por demorar alguns anos, pois a destruição é feita lentamente, de modo silencioso. Apesar do dano considerável, o cupim de madeira traz menos danos do que o cupim subterrâneo por, entre outros, possuir menos indivíduos na colônia. Enquanto o cupinzeiro do cupim subterrâneo pode chegar a centenas de milhares de indivíduos, o ninho do cupim de madeira chega à “apenas” milhares de indivíduos.
A dedetização do cupim de madeira se não for feita a tempo tem grande chance de exigir a substituição da estrutura de madeira danificada como móveis, pisos e forros. Também, a descupinização – injeção de inseticida nos orifícios feitos pelos cupins – é bastante aconselhável. Todavia, é importante que essa dedetização seja realizada por um dedetizador que aplique a dosagem suficiente para matar essa praga.
O cupim de montículo é certamente o menos perigoso dos três apresentados nesta postagem. Ele também é conhecido como “cupim do pasto” e “cupim de monte”. O cupinzeiro dessa espécie é visto geralmente em áreas rurais degradadas; esse cupinzeiro possui uma forma bastante irregular, transitando entre algo arredondado e cônico. A cor é a mesma do terreno adjacente, geralmente em tonalidades do marrom, e sua estrutura é frágil. Supõe-se, com certa certeza, que o cupim de montículo se alimenta de material orgânico morto e seco.
No geral, a dedetização realizada nesse tipo de cupinzeiro é por meio do uso de inseticidas que serão aplicados por meio de perfuração. Mas também, é utilizado o controle biológico por meio de fungos para cupins de áreas rurais de uma forma geral.