As pulgas são pequenos insetos sem asas que apareceram aproximadamente entre 100 e 150 milhões de anos atrás
Há cerca de 2.500 espécies de Sifonápteros, nome científico das pulgas, ao redor do mundo. A maior parte das pulgas adultas alcança 3 milímetros de comprimento, mas a maior pulga do mundo, parasita do castor da montanha, pode chegar a 1,2 centímetros.
Esses pequeninos insetos causam muito incômodo por principalmente se alimentarem de sangue e, com isso, infectarem seus hospedeiros. Nos animais domésticos, como cães e gatos, as pulgas podem causar dermatite alérgica, verminoses e anemia. Nos seres humanos, o parasitismo das pulgas proporciona doenças oportunistas como tétano, gangrena gasosa e micose.
Para ressaltar o potencial perigo das pulgas, é importante informar que os Sifonápteros são considerados importantes agentes de disseminação e contaminação da Peste Bubônica ou simplesmente Peste Negra. A peste negra assolou a Europa na primeira metade do século XIV, final da Idade Média, matando dezenas de milhões de pessoas. Estima-se que a população europeia em 1346 era de aproximadamente 450 milhões; esse número, por conta da Peste Negra, caiu para aproximadamente 360 milhões de pessoas.
A Peste Bubônica ficou muito associada, como forma de transmissão, ao rato preto e aos cadáveres humanos. Todavia, as pulgas dos ratos pretos mortos procuravam outros hospedeiros para colher sangue e assim promoviam a propagação dessa doença mortal.
Mas como as pulgas podem propagar uma doença?
As pulgas talvez sejam os melhores animais saltadores que a natureza já produziu. Sem arriscar, podemos afirmar que o pulo da pulga pode alcançar em média quase 18 centímetros de altura e cerca de 33 centímetros de comprimento, mas não parece absurdo que essas medidas sejam maiores. Seja como for, fazendo uma comparação, se a pulga tivesse as dimensões de um ser humano, ela seria capaz de saltar sobre um campo de futebol. Sendo assim, fica fácil perceber o forte poder de proliferação de vírus e bactérias pelas pulgas.
Felizmente, nos dias atuais, as doenças ligadas à pestes possuem, no geral, um efeito menos devastador. No Brasil, entre 2000 e 2017 houve apenas um caso de óbito relacionado a algum tipo de peste.
Por ser um parasita humano com potencial de transmitir doenças mortais, parece óbvio entender o porquê das pulgas serem consideradas uma praga urbana. No Brasil, podemos falar de três tipos de pulgas que possuem importância médica e que, por isso, são alvo do trabalho de dedetização. Essas pulgas são: Pulex irritans, Xenopsylla cheopis e a Tunga penetrans, conhecida por bicho-de-pé.
A Pulex irritans é comumente encontrada no homem, daí algumas pessoas a chamarem de pulga humana. Todavia, esse parasita pode ser encontrado numa vasta variedade de hospedeiros. O ciclo de vida dessa pulga possui quatro estágios: ovos, estágio larval, pupa e indivíduos adultos. Os ovos são produzidos pela fêmea; as larvas desses ovos se alimentam de restos orgânicos e se transformam em pupas – estágio entre a larva e a pulga adulta -; depois de aproximadamente um mês, as pupas se transformam em pulgas adultas e se encontram prontas para sugar o sangue de algum hospedeiro.
A picada da Pulex irritans costuma causar uma irritante coceira a qual pode deixar uma falta de cabelos no local coçado, principalmente nos animais domésticos. Como medidas de dedetização, podemos citar a limpeza dos animais domésticos com, por exemplo, shampoos especiais e o uso de técnicas específicas para remover os ovos, as larvas, as pupas e as pulgas adultas.
A Xenopsylla cheopis é o tipo de pulga mais encontrada em ratos e é considerada uma excelente transmissora da Peste Bubônica entre ratos. As fezes dessa pulga podem transmitir a Tifo Murino ou Tifo Endêmico. Dentre os principais sintomas desse tipo de tifo, podemos citar: manchas vermelhas ao longo do corpo, febre aguda e persistente, uma certa confusão mental e dores corporais.
A prevenção contra essa doença, e outras possíveis causadas pelo Xenopsylla cheopis, se dá pelo controle de ratos e animais sinantrópicos que podem carregar essa espécie de pulga. Também, é importantíssimo manter limpos o ambiente residencial e os animais de estimação. Uma dica importante para evitar a infestação de pulgas de uma forma geral é descartar o filtro do aspirador, após a execução da limpeza. Essa atitude é necessária porque os ovos podem maturar no ambiente do filtro, proporcionando uma nova eclosão de pulgas.
O bicho-de-pé também é conhecido por alguns outros nomes, dentre esses podemos citar: bicho-de-cachorro, bicho-do-porco, espinho-de-bananeira, esporão, chique e olho-branco. O bicho-de-pé é a menor pulga conhecida, mede não mais do que 1 milímetro. Todavia, quando alojado na parte mais superficial da epiderme, esse parasita pode alcançar o tamanho de 1 centímetro. Com relação a humanos, mais de 90% dessa pulga ataca, justamente, os pés, causando coceira, reações inflamatórias e permitindo a entrada no hospedeiro de doenças oportunistas, como o tétano e a micose. Em casos mais graves, é necessária uma pequena ação cirúrgica para a retirada do bicho-de-pé. Às vezes, o uso da vacina antitetânica se faz necessária. O controle desse parasita ocorre em, pelo menos, quatro frentes: limpeza residencial, higienização dos animais domésticos, uso de calçados e uso de inseticidas para impedir a proliferação desse inseto.
Por fim, é importante ressaltar que a dedetização das pulgas tanto mais será efetiva quanto melhor for não só a identificação e localização da pulga adulta. É necessário, também, identificar e localizar os ovos, as larvas e as pupas para evitar a chegada dessas na vida adulta. Para tanto, é necessário contratar uma empresa de dedetização qualificada com profissionais experientes.